“Rock é um termo abrangente”(wikipedia), tão abrangente que tudo recém produzido hoje, é Rock, não porque seja, mas porque dizem. O ato de curtir rock, é ser descolado, inovador, rebelde, em certos pontos intelectual. Mas, sentir o rock não é simples, viver o rock é complicado, ser rock não é para qualquer um, o rock exige paladar, assim como um bom vinho, uma boa cerveja ou um bom prato.
Eu comparo a cena ‘rock’ atual, com uma cerveja sem álcool. Algo sem efeito e que, teoricamente, não deixa de receber o mesmo nome, mesmo não surtindo o mesmo efeito, não deixa de ser ‘cerveja’, pois é feito de cevada, assim como o ‘rock’ atual é feito de música(junção de canções, ritmos e instrumentos).
O rock de certo ponto é perigoso, manifesta desejos, revoluções, pensamentos, sentimentos, sonhos, variando apenas o ponto de referência que o transmite, a intensidade e o volume, pode ser fatal para quem não o aprecia com moderação e responsabilidade.
Mas e nossas crianças, como serão ouvindo esse tal de rock? Serão perigosas? Revolucionárias? Rebeldes? E como faremos para manter o controle do estado com revolucionários a solta, prestes a tomar posse do poder?
Da necessidade de se criar algo de fácil aceitação, caracterização e inofensivo, surgiu um rock sem álcool, exaltando amores infantis não correspondidos, atitudes juvenis, futilidades sem valores agregados, e claro, um generoso toque de feminilidade para dar um ar descolado e frágil, ops! Me desculpem a falha, não é descolado, agora é cool.
Jovens sem identidade, sem opiniões, sem culhão, que aceitam tudo que lhe são oferecidos, moldados e influenciados de acordo com a necessidade de consumo. Estes, que são o futuro da pátria. Um Brasil sem efeito, sem álcool.
A música tem um papel fundamental na vida de uma pessoa, já diziam: “Você é, o que você ouve.”
Rádio Charlie Brown Jr